quarta-feira, 27 de abril de 2011

BOLA DE NEVE

Todo mundo conhece a analogia da bola de neve, né? Quanto mais ela gira na neve, mais ela cresce. E muita gente usa esse termo para explicar outras coisas, como ações, sentimentos, sintomas, etc.
Eu, por exemplo, sou hiperativa. Se fosse só hiperativa estava bom. Mas não. Sou impulsiva e ansiosa. Putz. Ferrou. Por quê?
Porque com isso, eu geralmente faço tudo sem pensar, sem planejar e medir as consequências, como comer demais, falar o que não devia, fazer o que não era para ter feito, etc.

A grande questão, a da bola de neve, é a seguinte – um sintoma leva a outro.

Uma vez a minha psicóloga me disse que geralmente quem tem TDAH não tem só TDAH. Eu, por exemplo, fui diagnosticada com transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade-impulsividade, tipo combinado, ansiedade e depressão. E acho que um problema ajudou o outro a se formar.

A minha hiperatividade me deixou mais agitada, o que me fez ficar mais impulsiva. Não dá para ser agitada e fazer as coisas com calma, né? E acho também que essa hiperatividade + impulsividade ajudaram na ansiedade. Ou vice-versa. O que é certo é que essas comorbidades tem uma relação muito grande entre si. Uma influencia fortemente o aparecimento da outra.

Bem, a relação com a depressão, eu admito que não faço idéia! Mas creio ainda que ela também está no meio dessa bola de neve, só não sei de que maneira.

O resultado? Problemas na vida social, profissional, amorosa e todos os tipos de vida que existirem! Haha. Como muitos dizem, seria até cômico se não fosse trágico.

Quem me conhece socialmente, acha que é impossível eu ficar triste. Sério. Falam que sou muito alegre, que pareço nunca estar para baixo. O problema é que talvez eu até fique para baixo constantemente, só que a hiperatividade e a vontade de falar, a agitação, e a vontade de ficar bem maquilham tudo isso.

Mas acho que esse assunto de “o que sou e o que pareço ser” é para outro post, por ser bem extenso.

Retomando à bola de neve, percebe-se claramente o quão grande ela pode ficar, e as proporções absurdas que ela pode tomar. Ela veio crescendo desde que eu era criança e, só recentemente, com 17 anos, eu percebi que posso domá-la - com medicamentos, tratamento, acompanhamento médico, e força de vontade.

Então, agora, se a bola vai aumentar ou diminuir, só vai depender de mim. Se eu quiser ou não.

E sim, eu quero, eu posso, eu consigo. Assim como todos os TDAHs.